segunda-feira, 2 de abril de 2012

O lugar das praças em João Pessoa
I
As formas dos canteiros ainda irregulares, mas vista de maneira abrupta pareciam polígonos, canteiros variam desde triângulos irregulares e semi-circulares. Nada convexa, sempre por se/si constituir/construir, nada de mal acabado, sendo que tudo poderia ser obliterado, tal abertura as novas possibilidades e ao fechamento era por si só um pluralismo (do) local. Seus vizinhos eram uma capela e uma prefeitura. Por vezes, eu encarava esses vizinhos mais como adendos de tal praça. Meu pensamento tendia de uma laicização homérica ( no sentido menos literal possível). A localização daquela praça dizia muito sobre o pensamento da cidade, mas pouco sobre aqueles que a freqüentavam. Ou melhor, havia aqueles que viviam a praça e aqueles ao qual a praça era um lugar de passagem. A falta de tato ou de empatia tornou-se a existência daquele modelo insuportável, as praças ganhariam uma nova existência tornando-se um lugar de passagem. Lembro que o seu chão e epicentro eram de cimento batido e havia pequenos bancos onde jogávamos damas ou xadrez. Também jogávamos conversa e nelas descobríamos quem ou o que jogava conosco. Na maior parte dos dias sempre protegidos na sombra da mangueira, nunca soube exatamente identificar se as pessoas ficavam protegidas do sol ou do resto mundo! Tal paralelismo foi alvo de reforma e de um novo planejamento desde 2002 pelo governo estadual. Segundo o Estado, havia uma demanda de reforma das praças, porque a noite era um lugar desabitado, sujeito a prostituição e as drogas. A praça não cumpria sua ``função`` para o Estado. Também alegava-se que tal reforma iria dinamizar as ocupações das praças e atrairia mais pessoas caso houvesse comércio intenso na mesma. Para além disto, haveria apresentações de grupos locais e uma estrutura para montagem de palco. Em meados de 2005, começa um processo de higienização social nas praças. Tal como sabemos, nas praças as diferenças sócio-econômicas de seus frequentadores vem à tona, entretanto houve uma ``reforma`` na segurança, onde os que ali viviam intensamente foram expulsos. Em meados de 2006 ocorreu a segunda reforma, as praças tornaram-se palco de um intenso comércio. Algumas das praças possuem hoje de três a quatro bancos comerciais,além de casas lotéricas. Assim sendo, a praça passou a ter um movimento intenso, Mas deveríamos nos perguntar qual seria o novo papel da praça? A socialização por intermédio de que valores? O que seria tornar a praça um lugar habitável?
Mudaram as regras do jogo e em nada isto NE atrai, talvez por ser um jogo superficial em seu conteúdo: sem concentração, intenso e vazio. Nunca gostei destes tipos de jogos (exceto Ring of Fire com bebidas fortes), porque obriga os indivíduos tornarem sujeitos de caso/ do acaso. Este novo asujeitamento transformou os indivíduos em sujeito ou sujeito de desjeito, esta antiga estratégia consiste em um processo DE praça e seu resultado é uma tentativa de tornar as praças em adendos de seus vizinhos e no futuro transformá-la em uma vizinhança, ou melhor, em agentes da mesma. Em suma: a praça então é asujeitada à seus agentes.
Em um terceiro momento, há um aterramento da mesma. A imprensa de 2006 para cá tem feio um pânico urbano que poderíamos resumir: todo meio público é perigoso! A cidade é um caos emergente! Todavia, do que temos medo? Ou melhor, do que eles têm medo? O espaço público não é um simples meio para um fim. O espaço público é onde as pessoas fomentam suas relações, onde os indivíduos transformam-se em vizinhos, até mesmo os laços de interdependência são reconhecidos neles. Dizer então que a única segurança está em meio privativos (como shopping) é um engano. Nos meios privados é onde há a maior violência de todas! Pensamos na idéia de lugar? Segundo o priberam lugar é :
s. m.
1. Espaço ocupado ou que pode ser ocupado por um corpo.
2. Ponto (em que está alguém).
3. Localidade.
4. Pequena povoação.
5. Trecho, passo (de livro).
6. Posto, emprego.
7. Dignidade.
8. Profissão.
9. Ocasião.
10. Vez.
11. Azo.
12. Dever, obrigação.
13. Situação, circunstâncias.
14. Posto de venda.

Bem, em uma análise clássica o consumo em locais privados é sempre mais induzido que em público, entretanto no século passado esta idéia dissipou-se e o lugar quase não é entendido como azo (no sentido de jeito e facilidade). Talvez, nem como os significados mais antigos, já que ocupar é uma ação de tomar posse (sentido de usufruir do bem) de . A praça passa então a ser consolidada neste novo processo que consiste na marginalização do espaço público. No Brasil, lugar tem um sentido cada vez mais pautado nos três últimos significados, um lugar é diferente de um local no sentido estrito senso, porque um lugar é sempre visto como anseio e um local como conformidade. Nós procuramos lugares e não local. Entretanto, priberam trata local como:
adj. 2 g.
1. De (ou em) lugar determinado.
2. Da localidade, da terra.
3. Med. Que se manifesta num ponto sem se estender às partes circundantes.
s. m.
4. Lugar; localidade.
5. Sítio.
6. Casa, loja.
s. f.
7. Notícia que relata um facto passado na localidade onde se publica o periódico que a insere.

No Brasil, a geração até os anos 70 entendia local em apenas dois sentidos (o dois e o três). Desta forma, o significado hoje confunde-se cada vez mais, não admira-me que daqui há alguns anos uma das duas palavras entre em desuso. Contudo, deveríamos nos perguntar o por quê de tal fenômeno? O fenômeno de reforma das praças no estado em geral.

quarta-feira, 10 de março de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=lo_CduB0sEg

terça-feira, 9 de março de 2010

Can't remember what became of me . . . Carolina hardcore ecstasy

domingo, 7 de março de 2010

Know me broken by my master
teach thee on child of love hereafter

Into the flood again
same old trip it was back then
so i made a big mistake
try to see it once my way

Drifting body it's sole desertion
flying not yet quite the notion

Into the flood again
same old trip it was back then
so i made a big mistake
try to see it once my way

Into the flood again
same old trip it was back then
so i made a big mistake
try to see it once my way

Am i wrong?
have i run too far to get home

Have i gone?
and left you here alone

Am I wrong?
have i run too far to get home, yeah

Have I gone?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Tenho o poder de um Titã: construo o meu universo, minhas divindades, blasfemo contra qualquer um; nomeio todas as constelações a forma minha, massacro e sou massacrado, porventura minha mente aprisiona e é aprisionada, somente por acaso... Estou entre vocês, porque tenho tudo o que sou.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ao meu demônio.

I've got the demons in me,
I've got to brush them all away,
I feel the demons rage,
I must clean them all away
Yeah (yeah)

Excite and see my own wraith
Cobwebs in the way,
Got magic cleaner, oh
Shine the smile, no more gray
Yeah (yeah)

I am the demon
Cleaner who saves the day,
I got the back one,
Important they'll always stay
Yeah (yeah)

If only one thing that you know
Impostors run the show,
They'll try to trick you into,
Normal treatment,
Oh don't you listen to them say,
Shush them all away
I am the demon cleaner,
Madman saver,
I am the the freedom bleeder,
Standing naked here to say,
I'm the only way

terça-feira, 2 de março de 2010

Confissões paradoxais.

Saiu do recôncavo em busca de uma ilusória redenção, zarparei de ilhas longíquas e voltarei para a MINHA ilha, óbvio que sem uma perspectiva de um argonauta. Saibam que eu levei as coisas com solidez, senti o peso de tudo que plantei perante o mundo, agora cansado de carregar esta enorme âncora, conto com o poder da fruição como compensação. Logo, decidi abandonar tudo e reconstruir-me através de fragmentos perdidos em mim. Agora que estou aprendendo a conviver e utilizar o paradoxo em mim, creio que posso alcançar uma “redenção” figurativa. Tenho finalmente motivos para levar-me a sério, ou será que não?